Eu quero morrer. Recentemente ouvi essa frase várias vezes, mais do que gostaria. Por isso escrevo este texto, que não é técnico, tampouco protocolar para você, pai ou mãe, saber como lidar com o suicídio.
Escrevo texto pra te dizer, pai e mãe, que adolescentes que falam em morrer não o fazem para chamar atenção, tampouco para irritá-los. E que começar a falar nesse assunto é a ponta de algo que provavelmente já está acontecendo na cabeça deles há bem mais tempo.
Dizer que a vida já não vale mais a luta quer dizer que tudo que está e do jeito que está não está tão bom assim. E esse é o maior choque para os pais, que sempre dão seu melhor. Um filho que quer morrer acende no peito dos pais a chama do fracasso. Mas esse sentimento não é justo com vocês. Cuidadores são responsáveis apenas por parte do cuidado, da criação, então não tem como apontar o dedo e atribuir culpa, apenas direcionar quem vai dar conta desse problemão.
Nessa hora não pode ter desespero, nem muita insistência, porque seu filho não foi de falar sobre os problemas dele até agora, então vai ser difícil começar a falar. O que fazer então? Vigilância. Ouça o que seu filho ou filha estão dizendo, verifiquem se pensam na forma como planejam esse suicídio e restrinjam, pelo menos até conseguirem ter mais segurança, o que pode ajudá-lo na execução da ideação suicida.
Em seguida, busquem um serviço de saúde mental. Não pensem que é bobeira. Parar de falar no assunto não encerra ele, as ideias provavelmente continuarão na cabeça dele ou dela e retornarão quando a situação não estiver boa.
Eu sei que o assunto é pesado e difícil que concordar, mas não é brincadeira.
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